Separada de Macau por apenas um estreito, Hengqin abriga atualmente mais de 16 mil residentes de Macau, além de estudantes e trabalhadores transfronteiriços. A coexistência de grupos diversificados traz diferenças culturais e de demandas de governança. Como facilitar a "deliberação e gestão conjunta" entre residentes de origens distintas? Hengqin inovou ao introduzir modelos como os "deliberantes comunitários de Macau" e a "Sala de Deliberação Hengqin-Macau", consolidando um caminho único de "integração Hengqin-Macau e decisão civil participativa".
Deliberantes de Macau constroem pontes de comunicação: um "escritório" no WeChat
Na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, Chen Yulin, deliberante comunitário nascido em Macau, recebe dezenas de mensagens por dia no WeChat: residentes reclamam a localização dos pontos de entrega, pais questionam sobre atividades familiares e empresários buscam informações sobre políticas locais. Como um dos primeiros deliberantes da Comunidade Lótus, sua rotina reflete a integração ativa das pessoas de Macau em Hengqin e simboliza a exploração da "governança pluralista comunitária".
A Comunidade Lótus, com cerca de 20 mil residentes permanentes (incluindo mais de 9 mil de Macau), é uma das áreas de maior concentração populacional de Macau em Hengqin. Em 2024, percebendo a dificuldade dos tradicionais grid workers em atender demandas específicas, a administração contratou 5 deliberantes de Macau – cada um por um grid – para servir melhor essa população. Chen Yulin foi um deles.
Durante o feriado do Dia Nacional de 2024, teve grande filas no Porto de Hengqin. Um pai de Macau questionou no Wechat: *"Minha filha de 10 anos, de uniforme, não pode usar o 'Canal de Viajantes Frequentes'?"*. Chen testou pessoalmente o canal e confirmou a restrição. Após sua intervenção, autoridades locais, legisladores de Macau e entidades civis ajustaram os critérios, ampliando a acessibilidade para residentes de Macau.
Observadores sociais e idosos migrantes criaram em conjunto soluções na "Sala de Deliberação"
Na Sala de Deliberação Hengqin-Macau da Comunidade Xiaohengqin, uma mesa de chá e cadeiras servem de palco para a governança participativa. Luo Xiaoqi explica que, após a criação da Zona de Cooperação, o antigo sistema de consulta comunitária foi rebatizado como "Conselho de Deliberação Hengqin-Macau", com reuniões realizadas na sala homônima.
Chong Chi Peng, observador social de Macau, é participante frequente nesses debates. De óculos escuros, ele testemunhou a elaboração das medidas de governança – grandes ou pequenas – através do diálogo, resolvendo problemas cotidianos.
Na Comunidade Xiaohengqin, apenas 6% dos residentes são locais. A maioria são "idosos migrantes" – professores aposentados, engenheiros e outros profissionais que se mudaram para cuidar dos netos. Apesar de bem educados e ativos, muitos viviam isolados em rotinas de "cuidar das crianças-comprar comidas-voltar para casa".
Para transformar essa realidade, Chong e seus colegas criaram, via deliberação comunitária, diversos "grupos artísticos". Discussões no Conselho resultaram em 16 organizações autônomas, como a Associação Artística Populares de Xiaohengqin e a Equipa de Voluntários de Veteranos.