O ano de 2024 marca o 45º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e Portugal. Durante o ano passado, o comércio bilateral sino-português atingiu US$7,705 bilhões, um aumento homólogo de 5,3%, injetando um novo impulso na estabilidade da economia global.
Como uma importante província de comércio exterior na China, Guangdong realizou uma cooperação pragmática e frutífera com Portugal. A construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin (doravante designada Zona de Cooperação), também oferece novas oportunidades para as empresas dos países de língua portuguesa entrarem na Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau (doravante designada GBA) e explorarem o mercado chinês.
“A GBA desempenhará um papel especial nas relações sino-portuguesas, sendo uma plataforma comercial única no mundo”, afirmou Bernardo Mendia, Secretário-Geral da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa (CCILC).
Ele enfatizou que Hengqin é uma escolha natural para as empresas portuguesas e de países de língua portuguesa. As políticas preferenciais da região têm atraído um elevado nível de atenção das empresas portuguesas e dos países de língua portuguesa, que estão se esforçando para utilizar plenamente as vantagens relevantes para desenvolver ainda mais a cooperação com a China.
Olhando para o futuro, ele acredita que os dois lados podem cooperar nas áreas como economia de baixo carbono, energias renováveis e veículos elétricos, com o objetivo de trazer produtos de melhor qualidade para o mundo.
O foco econômico da China tem importância global
Mendia observou que a cooperação sino-portuguesa deve se concentrar em encontrar interesses comuns e obter benefícios mútuos. “As áreas que mais nos interessam são aquelas que a China vem desenvolvendo fortemente nos últimos anos, como economia de baixo carbono, energias renováveis e veículos elétricos”, enfatizou.
Estas áreas não eram apenas de importância global, mas também essenciais para realizar as metas de baixo carbono do mundo. Ele ressaltou que algumas pessoas afirmam que existe excesso de capacidade na China, mas ele considera que essa afirmação é absurda. De facto, a demanda global por tecnologias e produtos de baixo carbono está longe de ser satisfeita. A China tem forte capacidade de produção e competitividade nessa área e é capaz de fornecer ao mundo produtos de alta qualidade e com preços competitivos. “Isto também irá levar a Europa a ser mais competitiva”, acrescentou.
Ao mesmo tempo, a cooperação na importação e produção destes produtos de boa qualidade beneficia a população da Europa, melhorando seu padrão de vida e criando mais empregos. “Se por 30 mil euros se pode comprar um carro da mesma qualidade que um que custava originalmente 60 mil euros. Isso, sem dúvida, é um benefício para as pessoas.”, explicou.
“O que nós, europeus, precisamos fazer é negociar com as autoridades chinesasa sobre a abertura do nosso mercado, produzindo esses carros na Europa. Isso deve ser nosso objetivo principal”, disse Mendia que salientou que esta cooperação é um caso de ganha-ganha.
Hengqin é uma importante porta para as empresas de dos países língua portuguesa entrarem na China
Em julho de 2024, o governo municipal de Zhuhai e a Comissão Executiva da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin organizaram um evento de intercâmbio econômico e comercial em Lisboa, Portugal. Na ocasião, o Instituto de Promoção de Investimento de Zhuhai, a Direção dos Serviços de Desenvolvimento Econômico de Hengqin e a CCILC assinaram um acordo-quadro de cooperação estratégica.
Mendia expressou seu apreço pelos esforços de Guangdong para atrair investimentos estrangeiros. Ele acredita que a GBA é um excelente ponto de partida para o desenvolvimento das empresas portuguesas, com uma população de 80 milhões de habitantes e muitos setores de alta tecnologia. Mendia também observou que a integração de Macau e Hengqin apresenta oportunidades para as empresas portuguesas. “Hengqin traz muitas vantagens para as empresas que fazem negócios aqui. Além disso, é três vezes maior do que Macau, então podemos imaginar o seu potencial.”
Ele mencionou que muitas empresas de língua portuguesa estão interessadas em Hengqin por causa de suas políticas favoráveis. “Muitas empresas portuguesas que têm sede em Macau já abriram escritórios em Hengqin, trazendo muito potencial para os negócios entre a China, Portugal, outros países de língua portuguesa e o mundo.”
quer uma conectividade e um intercâmbio mais estreitos
Além da cooperação econômica, as relações sino-portuguesas foram enriquecidas e desenvolvidas por meio de intercâmbios e da compreensão mútua. Na opinião de Mendia, Macau é um modelo para o desenvolvimento bem-sucedido das relações bilaterais entre os dois países, demonstrando como elas podem ser efetivamente desenvolvidas sob diferentes sistemas e ideologias. Ele ressaltou que essa cooperação é uma inspiração para o resto do mundo, mostrando que sempre é possível encontrar pontos em comum por meio de discussões, consultas e consenso.
Sobre a política de isenção de vistos da China para a maioria dos países da União Europeia, Mendia disse que Portugal estava satisfeito por estar incluído nesta política, que tem um impacto positivo nas relações bilaterais. “Para nós, a maioria das empresas portuguesas que vêm para a China são de pequeno e médio porte. Esta política é um benefício, porque antes, o processo de solicitação de visto era difícil e caro. Agora, viajar é muito fácil”.
Para aumentar ainda mais a conectividade, Mendia propôs o estabelecimento de um voo direto entre Guangdong e Portugal, o que aprofundará o intercâmbio entre os dois lugares.
Nesta era digital, as redes sociais também se tornaram um novo ponto de conexão entre diferentes regiões. Referindo-se ao recente ponto de acesso, em que os internautas de todo o mundo se reuniram na plataforma social chinesa RedNote, Mendia comentou que as redes sociais têm o potencial de aproximar as pessoas e promover o entendimento mútuo e a boa vontade.
“Precisamos conversar e nos conhecer melhor. Podemos sempre encontrar pontos em comum e seguir em frente”, completou.
Repórter | Guo Chuhua, Chen Jinxia
Roteiro de vídeo | Guo Chuhua
Vídeo | Liang Zijian
Pôsteres | Lai Meiya
Editores | Ouyang Yan, Hu Nan, James